Não há evidência científica de contaminação do novo coronavírus por alimentos

Nedilson Machado
Na pandemia do novo coronavírus uma das dúvidas que muita gente tem é se é possível pegar a doença através de alimentos. (foto divulgação)

 

Lidar com os alimentos nestes tempos de pandemia da Covid-19 também é outra grande preocupação. E a dúvida recorrente é se o novo vírus pode ser transmitido por meio deles.

A resposta é: não há nenhuma evidência a esse respeito. A Autoridade Europeia de Segurança dos Alimentos (European Food Safety Authority – EFSA), quando avaliou esse risco em outras epidemias causadas por vírus da mesma família, concluiu que não houve transmissão por alimentos.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o comportamento do novo coronavírus deve ser semelhante aos outros tipos da mesma família.
Assim sendo, ele precisa de um hospedeiro —animal ou humano— para se multiplicar. Além disso, esse grupo de vírus é sensível às temperaturas normalmente utilizadas para cozimento dos alimentos (em torno de 70ºC).

Os cuidados na produção de alimentos

Sim. Não há evidências científicas, até o momento, de que alimentos são uma fonte de contaminação direta da Covid-19. Mas, se o manipulador estiver doente, há risco de contaminação indireta por meio do alimento.

Por isso, em caso de suspeita, o colaborador não deve ter acesso ao ambiente de trabalho, seguindo sempre as recomendações dos órgãos públicos para cada caso (ficar em casa ou se dirigir a um atendimento médico).
Na produção, o alimento deverá estar seguro se passar por um processo completo de cocção, já que o vírus é sensível à temperatura.

Por isso, pode ser importante evitar, nesse momento, produção e delivery de alimentos crus e frescos. Se esses produtos forem oferecidos por demandas e necessidades específicas do consumidor, o cuidado deve ser multiplicado, e os alimentos crus devem ser separados dos cozidos.
Como sempre, é fundamental seguir à risca a RDC ANVISA nº 216/04, que é de leitura rápida e está disponível em: https://tinyurl.com/rdc21604.

Sobre máscara, a OMS recomenda seu uso racional para evitar desperdício e a falta ocasionada pela utilização sem critérios. Para manipulação de alimentos, a máscara é um aliado, bem como a luva, mas apenas se forem trocados com frequência. Manter a assepsia das mãos é o modo mais seguro de evitar a propagação do vírus.

Ainda, cabe ao empresário de serviços de alimentação garantir que o delivery proporcione:

Acomodação em embalagens adequadas, íntegras e limpas;
Inclusão de informações sobre o consumo do alimento (ex. rotulagem informando para consumir imediatamente ou orientação de aquecimento);
Lacres de segurança são obrigatórios, a exemplo de São Paulo;
Agilidade entre o tempo de produção e entrega;
Cuidado com o manuseio não apenas na produção, mas também pelo entregador, por meio de orientação;
Entrega do alimento ao cliente na temperatura apropriada, seja refeição pronta ou congelada.
Comunique ao seu cliente sobre os cuidados que estão sendo tomados, com foco na solução tomada e nos serviços oferecidos. Evite mencionar que “devido ao novo coronavírus, entregamos em sua casa”, pois a menção do seu produto e do vírus, em uma mesma frase ou card, pode gerar uma percepção negativa pelo cliente, por associação.
No Portal do Sebrae, você encontra materiais orientativos sobre as boas práticas, incluindo um curso EAD, disponível em: https://tinyurl.com/eadboaspraticas
Ainda, o Sebrae e a Abrasel desenvolveram, em parceria, o projeto Gastronomia Digital, com 27 vídeos e ebooks sobre alimentação: https://cursos.abrasel.com.br.

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