“Proncovô”, show cênico de Laura de Castro e Zé Motta, chega a São Luís nesta quinta e sexta

Nedilson Machado
Montagem tem direção e dramaturgia de Eduardo Moreira e direção musical de Sérgio Pererê e aborda o ato de caminhar para refletir sobre a vida e a arte. A programação em São Luís é inteiramente gratuita e inclui apresentação do espetáculo e oficina. As atividades serão realizadas nos dias 13 e 14 de junho (Foto/Divulgação).

 

“Proncovô” é um show poético musical que, celebra a arte do caminhar, uma homenagem ao artista mambembe, ao andarilho e à vocação nômade do artista, que parte sempre em busca de seu público. Protagonizada por Laura de Castro(MG) e Zé Motta(RJ), a montagem com direção e dramaturgia de Eduardo Moreira(Grupo Galpão/MG) e direção musical de Sérgio Pererê(MG), traz os atores-músicos para a cena como trovadores populares e contemporâneos, tocando, cantando e recitando textos e poemas costurados em uma dramaturgia que festeja a cultura brincante brasileira.

Com composições autorais que se juntam a canções populares, o espetáculo convida o público para uma experiência em que a emoção do encontro fala mais alto. A montagem que já passou por diversas cidades mineiras, como Belo Horizonte, Ouro Preto, Sabará, Catas Altas, Barão de Cocais, Itabirito, Diamantina, entre outras.

Programação inclui oficina

A passagem pelo Maranhão inclui a realização de uma oficina que será ministrada pelos  artistas, no dia 13/06, na Escola de Música do Estado do Maranhão Lilah Lisboa de Araújo. Entre os participantes estão alunos e professores da instituição. Já no dia 14/06, sexta-feira, será a vez do público conferir o espetáculo, que será apresentado gratuitamente na Praça Nauro Machado, no centro.

“São Luiz será a primeira apresentação deste espetáculo fora de Minas Gerais. Estamos bastante ansiosos para saber como este trabalho irá atingir o público de São Luís. Um dos pilares da peça é a saudação às culturas populares, e as manifestações culturais maranhenses foram também inspiração para a nossa dramaturgia. Apresentar em São Luís, principalmente nessa época tão especial do ano, é levar Proncovô ao berço da cultura, o que é uma alegria imensa para nós artistas.”, destaca Zé Motta.

A força do encontro ao longo da caminhada é uma metáfora do próprio processo do espetáculo, que marca a reaproximação artística de Eduardo Moreira e Laura de Castro, que viveram uma experiência teatral juntos anos atrás. “É um encontro artístico e afetivo. A Laura trabalhou comigo quando tinha quase 12 anos de idade. Quando ela me convidou para fazer a direção de um show dela com Zé, topei na hora porque deslumbrei a possibilidade de trabalhar o jogo e a relação da música com o teatro e, somado isso, tendo a liberdade de abordar um assunto que sempre me interessa muito que é o caminhar, o lugar do andarilho, do nômade, aquele que está sempre locomovendo-se em busca de alguma coisa”, conta Moreira.

Perspectiva de transmutar

“Acredito que a assinatura do Eduardo está bem impressa na peça, a leveza, a poesia, a comicidade, o movimento. E, ao mesmo tempo, ele nos dá liberdade e nos incentiva a colocarmos nossa marca”, acrescenta Laura.

A perspectiva de transmutar, estar sempre partindo e chegando é uma característica imanente a todo o artista. Para tecer a dramaturgia, Eduardo Moreira se inspirou nos livros “A História do Caminhar”, de Rebecca Solnit, e “Caminhar, Uma Filosofia”, de Fréderic Gros. O roteiro final faz uma colagem com escritos e poemas de diversos autores como Antônio Machado, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Leminski, Fernando Pessoa, incluindo também composições musicais dos artistas-cantores, misturadas com clássicos da música popular, criando um caleidoscópio de sensações.

“Existe o encontro e um embate do encontro de uma forma ancestral de arte dita pela juventude dos seus intérpretes. Encontros da tradição com o contemporâneo, o erudito e o popular, a música e o teatro, o lírico e o épico, tudo isso numa linguagem que sempre busca a comunicação direta com o público”, garante o diretor.

Sérgio Pererê, diretor musical do espetáculo, foi de extrema importância para a costura entre música e cena. Trazendo sua grande experiência como multiartista e seu vasto conhecimento cênico, Pererê provocou os artistas a borrarem a divisão entre som e texto, e a trazerem texturas e timbres diferentes. “Está sendo um desafio maravilhoso aprender novos instrumentos. Pererê trouxe essa provocação, para que experimentássemos outras sonoridades harmônicas e percussivas, e nós entramos de cabeça”, comenta Zé.

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