Os dois volumes da História da música popular brasileira sem preconceitos (Ed. Record) fazem um mapeamento bastante completo e inédito da produção musical do país desde o chamado “descobrimento”, em 1500, até os dias atuais, mostrando suas incontáveis transformações. Seu autor, o carioca Rodrigo Faour, é um incansável pesquisador, produtor, agitador cultural e, mais recentemente, youtuber. Ele estará em São Luís do Maranhão para lançar os livros nesta sexta (30), na Livraria e Espaço Cultural AMEI do São Luís Shopping, a partir das 19h. Na ocasião haverá um talk show da jornalista Cecília Leite com o autor, Rodrigo Faour, e um pequeno pocket-show com a presença dos cantores Fernando de Carvalho, Guilherme Jr. e outros convidados surpresa. A propósito, além de sua participação no pocket-show, Fernando de Carvalho também assina a produção local do evento.
Autor de “História sexual da MPB – a evolução do amor e do sexo na canção brasileira” e das biografias de Angela Maria, Dolores Duran, Cauby Peixoto e Claudette Soares, ele apresenta mais uma obra de referência para quem quer entender a cultura musical brasileira. Seu enfoque é inédito, pois pela primeira vez todas as tribos da música brasileira são agraciadas sem distinção – do brega ao chique, do experimental ao comercial – e sem uma centralidade excessiva no eixo Rio-São Paulo. No segundo volume há, por exemplo, um grande espaço dedicado aos diversos estilos da música maranhense e ainda uma explicação sobre as transformações bruscas no jeito de se fazer e consumir música nas últimas duas décadas com a criação dos meios digitais.
Já no primeiro volume de História da música popular brasileira sem preconceitos, Rodrigo Faour alertava que não existe apenas uma música popular brasileira, e sim várias, todas do seu próprio jeito. O livro anterior abordava a história da música desde de 1500 até os anos 1970 e tratava de ritmos como choro, samba, marchinha, valsa, frevo, carimbó, samba-rock, pagode, forró, sertanejo, brega etc.
O segundo volume compreende pouco mais de quarenta anos: do final transgressor dos explosivos anos 1970, com o aparecimento de inúmeras cantoras e compositoras simultaneamente, como nunca antes visto, até precisamente 2022, em uma cena dividida entre a massificação da produção em série de uma indústria muito poderosa do segmento “sertanejo”, o “funk” e suas variações, e ainda as diversas faces do mercado independente.
Em História da música popular brasileira sem preconceitos vol. 2, o leitor terá acesso não apenas aos estilos que a maioria dos estudiosos do assunto e da mídia culta costumam valorizar, como a chamada “MPB”, o samba e o rock nacional, mas também aos diversos gêneros (e subgêneros) que outrora eram considerados de menor valor, em especial os alinhados a interesses mais comerciais, como boa parte da música de linhagem mais popular — rotulada de “cafona”, depois “brega”.
Neste volume há também minicapítulos sobre o cancioneiro de Pernambuco, Pará, Maranhão, Bahia e Rio Grande do Sul, além de fenômenos como o punk rock e a vanguarda paulista, e outros outrora vistos como “menos brasileiros”, como o pop mais despretensioso, o soul, a disco e a dance music, o forró eletrônico, o funk carioca e o hip-hop. Em relação à música maranhense, há um capítulo e uma página específica no encarte fartamente ilustrado do volume 2 a seu respeito. São explicados todos os sotaques da tradição do bumba-meu-boi, os principais grupos de Tambor de Crioula e do Cauriá e os blocos carnavalescos, bem como os artistas locais de MPB, reggae, rap e brega (seresta).
Sem preconceitos estéticos, esta obra mostra todo tipo de artista e estilo musical, destaca suas canções ou atos mais relevantes, deixando o leitor livre para que ele próprio possa tirar suas conclusões em relação à qualidade ou importância deles e às intensas transformações pelas quais nosso mercado musical e, mais que isso, nossa música popular passou nas últimas décadas. Há inclusive um epílogo em forma de ensaio crítico enfocando essa mudança tão radical no processo de gravação, produção e divulgação da música na última década e meia.
Depoimentos de artistas sobre o livro
“O livro do Rodrigo Faour já é bom desde o título. Chega em ótima hora, chega com força e beleza real que nossa música traz. Bravo!” – Maria Bethânia
“Este livro é um documento único que sobreviverá na eternidade como o mais completo já feito sobre a nossa história musical. Estou chocado com tanta coisa que aprendi e com tanta coisa que tenho que aprender.” – Roberto Menescal
“Rodrigo Faour é um dos grandes pesquisadores da canção no Brasil. Seu livro traça um panorama muito bem escrito da diversidade de gêneros e artistas que fazem da nossa música uma das mais ricas do planeta”. – Alceu Valença
“Eu tive a honra de ser um dos primeiros leitores deste livro. É uma obra procedente e necessária que deve ser lida e relida. Recomendo que o vol. 1 seja tema de estudos nas escolas e o vol. 2, nas universidades.” – Martinho da Vila
“Primeiro, gostaria de falar da importância da pesquisa que Rodrigo Faour faz até chegar à história real/final. Depois, dessa história da música brasileira ser contada e estar registrada nos seus livros. De seu interesse irrestrito por cada detalhe e sua seriedade e respeito por todos os envolvidos. Faour, você é o melhor.” – Ana Carolina
“Rodrigo Faour é um arquivo ambulante. Garimpa magníficos tesouros audíveis pelas esquinas da MPB de qualquer tempo e passeia com propriedade por detalhes charmosos ou não da nossa cultura artística. Já colaborou mil vezes nas minhas pesquisas. Sou seu fã número ‘todos’!” – Erasmo Carlos
“Cada vez que vejo ótimas abordagens sobre o movimento Funk Brasil sendo incluídas em livros de história da música popular brasileira, fico muito feliz e com a certeza de que as pessoas de verdadeira relevância terão seu reconhecimento.” – DJ Marlboro
“Rodrigo Faour é uma pessoa que tem legitimidade para fazer um trabalho desse de pesquisa, mas acima de tudo de dedicação, de carinho verdadeiro. Faz por amor, por compromisso com a cultura brasileira.” – Leci Brandão
“Rodrigo Faour faz parte do Brasil que deu certo, ele conta a nossa história através da música, todo tipo de música que sacudiu o país e fez o povo mais feliz e mais unido, seja por uns momentos… uns dias ou mesmo uma vida!” – Paula Toller
“A música tem um poder de preencher os espaços vazios por onde toca, o Rodrigo Faour usa letras que conectam pontos feito acupuntura, são palavras que me fazem perceber como essa mágica acontece”. – Russo Passapusso, BaianaSystem
“Conheci o Rodrigo Faour quando ele era um pouco mais que um garoto, portanto tenho acompanhado o trabalho importante que ele presta à Música Brasileira”. – Ney Matogrosso
“Tenho profundo respeito por tudo que Rodrigo Faour faz, escreve, pensa, etc. Seu talento é nato, e muito bem administrado por sua coragem e determinação. É um profissional raro. Que bom que você existe”. – Ivan Lins
“Faour, você continua sendo aquele menino que eu amo, aquela criança que eu conheci e que cresceu e hoje é essa coisa maravilhosa pra gente. Aliás, você sempre foi maravilhoso pra nós”. – Elza Soares
“O trabalho do fã é maravilhoso. Quando o fã se torna um especialista e pode colaborar para a cultura da música popular brasileira, mais ainda. Parabéns, Rodrigo, aonde você está e aonde ainda vai chegar”. – Fafá de Belém
“Rodrigo Faour, como diria Aracy de Almeida, realmente, afinal de contas, é uma pessoa que não resta a menor dúvida”. – João Donato
Sobre o autor
Rodrigo Faour é graduado em Jornalismo, mestre e doutorando em Letras pela PUC-Rio. Especialista em história da música popular brasileira, possui diversos livros publicados sobre o tema, incluindo História sexual da MPB (que será relançado neste ano) e as biografias de Angela Maria, Dolores Duran, Cauby Peixoto e Claudette Soares. É pesquisador musical, palestrante, professor, diretor e roteirista de espetáculos, apresentador e produtor de shows, programas de rádio, TV e YouTube, onde atualmente mantém o canal “Rodrigo Faour Oficial”, de música e comportamento.